A Nova Eliana - Istoé Gente

A reinvenção de Eliana

Aos 35 anos de idade e 20 de carreira,a apresentadora Eliana festeja o bom momento na profissão e na vida pessoal, ao lado de João Marcello Bôscoli, e diz que pensa em se casar novamente.

O cabelo preso e os trajes inspirados no guarda- roupas masculino transformaram completamente a imagem da apresentadora tão conhecida da tevê. Apesar da novidade refletida no espelho do camarim do estúdio fotográfico, era a tinta negra nas unhas que roubava a atenção de Eliana. Ela ficou fascinada com a sofisticação do esmalte preto que usava pela primeira vez e, por um algum tempo, ficou observando os dedinhos que já encantaram o País quando coreografavam sua mais famosa música infantil. O hit de 1993 que lhe rendeu o adjetivo “dedinhos”, muitas vezes associado a seu nome, é passado. Garras definem melhor a fase atual de Eliana, que está comemorando 20 anos de uma bem-sucedida carreira, 10 anos à frente da Rede Record e o privilégio de ser a única mulher a disputar a acirrada audiência das tardes de domingo da televisão brasileira. “Sou uma mulher muito feliz, muito orgulhosa”, define a apresentadora do programa Tudo é Possível, vice-líder de audiência, atrás de Fausto Silva e à frente do ex-patrão Silvio Santos. A apresentadora, que na adolescência trocou baladas e viagens com as amigas por compromissos profissionais, está mais inquieta do que nunca aos 35 anos. “Vou investir em projetos sobre temas que eu, pessoalmente, gostaria de ver, ler, conhecer mais profundamente. Podem ser peças de teatro, livros, documentários... Quero viabilizar ideias que me interessam, projetos de valor, mas ficando nos bastidores”, conta ela, sobre os planos de se dedicar ao papel de produtora em 2009. Nos próximos dias também começa a ensaiar para o Carnaval de Salvador, onde há seis anos comanda o bloco infantil Happy, cantando ao vivo para quatro mil foliões. O bom momento estende-se à vida pessoal. Há dez meses, ela vive um namoro tranquilo e longe dos holofotes com João Marcello Bôscoli, músico, presidente da gravadora Trama e filho da cantora Elis Regina. Separada há quase dois anos do chef e apresentador Edu Guedes, Eliana admite a possibilidade de se casar novamente. Só não sabe ainda se de véu e grinalda.

De maneira alguma. A trajetória foi, modéstia à parte, sempre muito bem-conduzida, sempre com grandes profissionais ao meu lado. Nunca tive um único mentor que dizesse faça isso, mas sempre gostei de ouvir muitos profissionais e tê-los ao meu lado. Esse é um momento muito feliz porque é a coroação de todo o meu trabalho.

Não porque ganhei muita experiência de vida. Ganhei muita maturidade. Isso não é um peso, é uma alegria. Na verdade, antecipei um pouco as coisas e hoje eu posso curtir à vontade sem me preocupar com o “preciso trabalhar”. Enquanto as amigas da adolescência estavam viajando em grupo, eu estava trabalhando. Há um ano fui ao Egito com duas amigas, essa foi a minha segunda viagem desse tipo em toda a minha vida. Tinha ido um pouco antes para a Itália com outra amiga. Até então eu só viajava com a família, namorado ou a trabalho.

Foi realmente muito importante e deliciosa. Pude saborear cada coisinha, entrar no museu do Cairo e apreciar toda aquela beleza, passear pelo rio Nilo, curtir realmente. Ficamos na casa de uma família egípicia e foi uma experiência insquecível conhecer a cultura através do olhar de quem nasceu ali. Pude acompanhar a dinâmica da casa, o dia-a-dia.

Medo não porque sabia da minha capacidade. Era uma coisa que eu precisava profissionalmente. Programa infantil já dominava. Adoro desafios.

Hoje tenho um programa de entretenimento que diverte, que informa, mas é basicamente um programa de entretenimento. Adoraria ter um programa de entrevistas no horário noturno, tenho essa vontade para o futuro. Aliás, tenho várias vontades depois que eu comecei a trabalhar com o público família, tenho aberto novas frentes. Estou estudando a possibilidade de produzir peça de teatro, não necessariamente de atuar, mas utilizar tudo o que eu aprendi e até mesmo ajudar grandes profissionais que precisam de produção.

Claro que sim. Sou muito jovem ainda, tenho muita vida pela frente, quero construir uma família. Tudo a seu tempo, não tenho pressa. As mulheres têm se casado mais tarde, tendo filhos mais tarde, isso tudo em função do trabalho. Estou muito tranquila, o que tiver de acontecer, acontecerá.

Sou uma pessoa muito simples. É gostoso demais estar em casa, com a pessoa que amo, ou com a famíla, assistir a um vídeo. Também gosto de ir ao cinema e ao teatro. Outro prazer que tenho é viajar, é o melhor investimento. Toda vez que eu viajo, trago cultura, informação, mais conhecimento, aprendo mais sobre as pessoas, sobre outras civilizações.

O assédio não me incomoda. Ao contrário, é o termômetro do meu trabalho. Quando quero ficar mais reservada, quietinha, fico em casa. Não tenho essa preocupação. No Brasil ou fora eu faria exatamente as mesmas coisas. Eu gosto de ir ao shopping, de ir à feira, ao supermercado.

Desfilei durante dez anos na Vai-Vai (em São Paulo). Foi um período ótimo, um ciclo que se fechou em uma década. Minha despedida dessa escola, que eu amo, foi em 2005. Há seis anos comando o Bloco Happy, em Salvador. É o único bloco para toda a família no Carnaval baiano. São mais de quatro mil foliões pulando durante três horas. Eu canto ao vivo. E em Salvador tenho a felicidade de encontrar sempre grandes amigos, como Daniela Mercury, Carlinhos Brown, Nelson Motta...