Descalça, com os pés sobre o sofá branco de sua sala de visitas, Eliana recebeu a CONTIGO! em sua casa em Alphaville, condomínio a 20 minutos de São Paulo. Ela mora longe e procura uma nova residência na capital, para ficar mais perto dos amigos. Como tem ido muito ao Rio de Janeiro, também quer um apartamento por lá. Mudanças. A fala é calma. O discurso, o de uma mulher independente, mas que ainda deixa escapar algumas vontades que ela classifica como tradicionais na sociedade, como filhos. Aos 35 anos, a apresentadora do Tudo É Possível, da Record, mudou o visual, está pela primeira vez desde que iniciou a carreira, em 1986, com os cabelos curtos - e adorando. Sobre os temas maternidade e casamento, ela diz que não conversa com o namorado, o empresário e músico João Marcello Bôscoli, 38. Depois da união de dois anos e quatro meses com Eduardo Guedes, 35, que terminou em abril de 2007, está fugindo da formalidade. ''Eu mudei por dentro. Essa mudança de casa e cabelo é uma analogia do que estou vivendo. Estava na hora de mudar'', diz Eliana, que quer até o fim do ano entrar em uma área nova, a de editora de livros de arte, uma paixão antiga que explica o pedido de posar para esta matéria em uma exposição recente dos grafiteiros e artistas plásticos OsGêmeos, no Rio de Janeiro. No papo a seguir, Eliana desabafa quanto ao preconceito em relação a sua imagem e se emociona e chora ao falar da única coisa que acredita poder tirar o sonho em que vive de suas mãos: uma hipotética doença.
Você grava em dois dias seu programa. O que costuma fazer com o resto do tempo?
Eu gravo duas vezes por semana, mas vou três à Record. Nos outros dias, procuro trabalhar no meu escritório. Faço meu horário, mas tenho disciplina. E tenho muitos trabalhos em paralelo, como mestre-de-cerimônias em eventos e uma palestra de motivação sobre a minha trajetória, que estou montando. Eu tenho uma academia em casa, mas eu não estou aguentando mais. Gosto de gente. Fico meio isolada aqui em Alphaville. Não gosto de ficar isolada, gosto de ter gente por perto...
O que falta hoje em sua vida pessoal?
Eu sou inquieta, uma pessoa em movimento. E ficar buscando a felicidade é um caminho complicado. É melhor viver o hoje. Estou em paz comigo, realizada como mulher. Eu me sinto muito melhor que há dez anos. Gosto do meu corpo e acho que você pode ser bela e inteligente, não precisa estar desleixada para parecer mais inteligente. São questões de mulher independente. A gente vive um conflito. É uma sociedade machista.
Ainda preserva o modelo de ''construir uma família''?
Eu não deixei para trás... Eu sou uma mulher independente, tenho a minha profissão como o norte da minha vida, mas não é só isso. Claro que eu quero ter filhos e a minha família. Mas sem pressa.
Existe um planejamento em sua vida para ser mãe?
Eu tenho amigas com 45 anos que acabaram de ter filho. É possível. Não é o que eu quero, mas se tiver de ser assim comigo... As mulheres também cobram das mulheres: ''Você ainda não tem filho? Você ainda não se casou?'' Não me importo. Eu conquistei tudo o que eu queria. Por outro lado, eu gostaria também de ter algo mais tradicional... A sociedade cobra isso de você.
Seria uma frustração não ter filhos?
Não. Mas vai acontecer! Tenho certeza. Vocês vão me ver com um bebezinho. E eu serei uma excelente mãe. Intuição pura (risos)!
Faz planos com João Marcello Bôscoli?
Eu estou feliz, mas a gente não fala sobre esse assunto.
Não conversam sobre filhos?
Não, não...
Vocês estão juntos há um ano. O que espera dessa história?
Um ano e alguns meses. Esperar é ter esperança, é ficar à espera de alguma coisa: eu estou vivendo. Assim como vivo a minha vida em todos os aspectos. Hoje estou namorando, feliz. Está tudo certo. Com a idade, a ansiedade baixa.
Você ficou mais reservada há cerca de dois anos, depois de sua separação...
Isso é passado, já foi! Se você está feliz e quer expor isso, ótimo. As pessoas gostam de saber que você está bem e é muito bom dar boas notícias. Mas eu percebi como é difícil e dolorido quando a coisa dá errado e todo mundo fica sabendo. A separação já é uma dor muito grande para qualquer pessoa. Imagine expor para que opinem e julgarem quem errou e quem acertou. Isso é cruel!
Casaria novamente de papel passado?
Não está em meus planos! Não é uma necessidade essa coisa tradicional. Depois que você passa por isso, esse anseio muda. Isso não é uma questão na minha vida. Eu não paro para pensar nisso.
Você mora sozinha em sua casa?
Eu moro em Alphaville há dez anos e já cumpri meu ciclo. Estou há seis meses procurando uma casa em São Paulo (ela quer comprar um apartamento no Rio de Janeiro também). Quero mudar porque meus amigos reclamam. Não tem aquela história: ''Oi, passa aqui!'' Passa aqui o caramba, ninguém passa aqui (risos)! Eu acabo ficando mais em São Paulo e venho para cá só para dormir. Saio daqui com uma malinha porque não sei o que vai acontecer à noite. Este é um ano de muitas mudanças para mim.
Aos 35 anos, tem problemas em envelhecer?
Eu não tenho preocupação com a velhice, tenho com a saúde. Tenho medo de ficar doente em algum momento da minha vida. Pode parecer meio dramático, mas é do que eu tenho medo. Uma ruga aqui, outra ali... uma gordurinha, isso é normal. Mas eu tenho medo de alguma doença que eu não consiga superar. Aí... (Eliana fica emocionada, com a voz trêmula.)
Por que você se emocionou? Lembrou de algo?
É medo. Seria a única coisa que interromperia toda essa alegria de viver. Tenho medo de alguma doença que me faça sofrer e faça as pessoas que eu amo sofrerem.
Você pretende abrir uma editora de livros de arte. Quando começou a se interessar por arte?
Comecei a me interessar há dez anos, ao decorar minha casa. E me apaixonei. Fiz um curso de arte contemporânea na Casa do Saber. Eu tenho paixão por livros de fotografia e de arte. Sempre vou a museus em minhas viagens. Minha próxima obra, se eu conseguir, será um Ive Klein. Aqui em casa tenho obras do Ascânio, um artista português, Amélia Toledo, uma veterana. Gosto de arte contemporânea. Com a editora, quero fazer algo que traga mais informação e cultura também para o público que assiste ao meu programa, focado em novos talentos e em arte. O primeiro livro será sobre novos talentos do grafite.
Sente preconceito?
Claro que eu sinto o preconceito das pessoas por eu trabalhar para um grande público. As pessoas não se dão ao luxo de saber quem eu sou de verdade antes de falarem de mim. E é uma pena porque eu tenho muito o que dizer e muito para colaborar. Existe aqui um ser pensante. E daí que eu sou bonita? E daí que eu trabalho numa televisão com um grande público? Se tem alguma coisa que ainda me deixa brava são as pessoas com pensamento raso, os tais pseudointelectuais que se julgam tão sabidos. Eles deveriam parar e olhar com mais atenção para algumas pessoas, sem preconceito: ''Deixa eu entender quem é essa menina e o que ela quer...'' Outra questão são os sobrenomes. Meu sobrenome sou eu. Eu fiz o meu caminho. As pessoas não sabem o meu sobrenome e não precisam, porque eu sou Eliana. Então, me desculpem os preconceituosos, porque eu tenho muito a dar. Pronto, falei (risos)!
Eu gravo duas vezes por semana, mas vou três à Record. Nos outros dias, procuro trabalhar no meu escritório. Faço meu horário, mas tenho disciplina. E tenho muitos trabalhos em paralelo, como mestre-de-cerimônias em eventos e uma palestra de motivação sobre a minha trajetória, que estou montando. Eu tenho uma academia em casa, mas eu não estou aguentando mais. Gosto de gente. Fico meio isolada aqui em Alphaville. Não gosto de ficar isolada, gosto de ter gente por perto...
O que falta hoje em sua vida pessoal?
Eu sou inquieta, uma pessoa em movimento. E ficar buscando a felicidade é um caminho complicado. É melhor viver o hoje. Estou em paz comigo, realizada como mulher. Eu me sinto muito melhor que há dez anos. Gosto do meu corpo e acho que você pode ser bela e inteligente, não precisa estar desleixada para parecer mais inteligente. São questões de mulher independente. A gente vive um conflito. É uma sociedade machista.
Ainda preserva o modelo de ''construir uma família''?
Eu não deixei para trás... Eu sou uma mulher independente, tenho a minha profissão como o norte da minha vida, mas não é só isso. Claro que eu quero ter filhos e a minha família. Mas sem pressa.
Existe um planejamento em sua vida para ser mãe?
Eu tenho amigas com 45 anos que acabaram de ter filho. É possível. Não é o que eu quero, mas se tiver de ser assim comigo... As mulheres também cobram das mulheres: ''Você ainda não tem filho? Você ainda não se casou?'' Não me importo. Eu conquistei tudo o que eu queria. Por outro lado, eu gostaria também de ter algo mais tradicional... A sociedade cobra isso de você.
Seria uma frustração não ter filhos?
Não. Mas vai acontecer! Tenho certeza. Vocês vão me ver com um bebezinho. E eu serei uma excelente mãe. Intuição pura (risos)!
Faz planos com João Marcello Bôscoli?
Eu estou feliz, mas a gente não fala sobre esse assunto.
Não conversam sobre filhos?
Não, não...
Vocês estão juntos há um ano. O que espera dessa história?
Um ano e alguns meses. Esperar é ter esperança, é ficar à espera de alguma coisa: eu estou vivendo. Assim como vivo a minha vida em todos os aspectos. Hoje estou namorando, feliz. Está tudo certo. Com a idade, a ansiedade baixa.
Você ficou mais reservada há cerca de dois anos, depois de sua separação...
Isso é passado, já foi! Se você está feliz e quer expor isso, ótimo. As pessoas gostam de saber que você está bem e é muito bom dar boas notícias. Mas eu percebi como é difícil e dolorido quando a coisa dá errado e todo mundo fica sabendo. A separação já é uma dor muito grande para qualquer pessoa. Imagine expor para que opinem e julgarem quem errou e quem acertou. Isso é cruel!
Casaria novamente de papel passado?
Não está em meus planos! Não é uma necessidade essa coisa tradicional. Depois que você passa por isso, esse anseio muda. Isso não é uma questão na minha vida. Eu não paro para pensar nisso.
Você mora sozinha em sua casa?
Eu moro em Alphaville há dez anos e já cumpri meu ciclo. Estou há seis meses procurando uma casa em São Paulo (ela quer comprar um apartamento no Rio de Janeiro também). Quero mudar porque meus amigos reclamam. Não tem aquela história: ''Oi, passa aqui!'' Passa aqui o caramba, ninguém passa aqui (risos)! Eu acabo ficando mais em São Paulo e venho para cá só para dormir. Saio daqui com uma malinha porque não sei o que vai acontecer à noite. Este é um ano de muitas mudanças para mim.
Aos 35 anos, tem problemas em envelhecer?
Eu não tenho preocupação com a velhice, tenho com a saúde. Tenho medo de ficar doente em algum momento da minha vida. Pode parecer meio dramático, mas é do que eu tenho medo. Uma ruga aqui, outra ali... uma gordurinha, isso é normal. Mas eu tenho medo de alguma doença que eu não consiga superar. Aí... (Eliana fica emocionada, com a voz trêmula.)
Por que você se emocionou? Lembrou de algo?
É medo. Seria a única coisa que interromperia toda essa alegria de viver. Tenho medo de alguma doença que me faça sofrer e faça as pessoas que eu amo sofrerem.
Você pretende abrir uma editora de livros de arte. Quando começou a se interessar por arte?
Comecei a me interessar há dez anos, ao decorar minha casa. E me apaixonei. Fiz um curso de arte contemporânea na Casa do Saber. Eu tenho paixão por livros de fotografia e de arte. Sempre vou a museus em minhas viagens. Minha próxima obra, se eu conseguir, será um Ive Klein. Aqui em casa tenho obras do Ascânio, um artista português, Amélia Toledo, uma veterana. Gosto de arte contemporânea. Com a editora, quero fazer algo que traga mais informação e cultura também para o público que assiste ao meu programa, focado em novos talentos e em arte. O primeiro livro será sobre novos talentos do grafite.
Sente preconceito?
Claro que eu sinto o preconceito das pessoas por eu trabalhar para um grande público. As pessoas não se dão ao luxo de saber quem eu sou de verdade antes de falarem de mim. E é uma pena porque eu tenho muito o que dizer e muito para colaborar. Existe aqui um ser pensante. E daí que eu sou bonita? E daí que eu trabalho numa televisão com um grande público? Se tem alguma coisa que ainda me deixa brava são as pessoas com pensamento raso, os tais pseudointelectuais que se julgam tão sabidos. Eles deveriam parar e olhar com mais atenção para algumas pessoas, sem preconceito: ''Deixa eu entender quem é essa menina e o que ela quer...'' Outra questão são os sobrenomes. Meu sobrenome sou eu. Eu fiz o meu caminho. As pessoas não sabem o meu sobrenome e não precisam, porque eu sou Eliana. Então, me desculpem os preconceituosos, porque eu tenho muito a dar. Pronto, falei (risos)!
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