A apresentadora escolheu as pautas, conferiu os textos dos repórteres e acompanhou o fechamento da edição do dia 1º de fevereiro do Caderno Variedades.
Reunião de pauta não é um mistério para Eliana. Pelo menos uma vez por semana, ela discute com sua equipe, no SBT, as matérias de saúde, moda, tendência, cultura e cidades.
Por isso, ao chegar à sede do JT, no Limão, no dia 24 de novembro, a apresentadora resolveu adiar por cerca de 10 minutos seu encontro com a equipe do Variedades para conhecer o espaço de trabalho do grupo.
A mesa do repórter de música chamou sua atenção. “Nossa! Quantos CDs, livros. Que organizado, né?”, brincou, em relação à bagunça do jornalista. A tela do computador de outra repórter, aberta no site a apresentadora, lhe animou. “A reunião vai ser boa. Estavam até pesquisando sobre mim”.
De óculos escuros e salto alto, Eliana, 37, circulou na redação sem causar burburinho. Ao chegar à sala de reunião, cumprimentou um a um, tirou os óculos e de pronto já tirou suas principais dúvidas com o editor. Ela quis saber todos os detalhes do jornal.
“Quantas matérias preciso pensar? E posso tratar de todos os assuntos ligados à cultura?” Sim, Eliana. Hoje, você tem passe livre! Ela não economizou nas ideias. Um roteiro de brechó com os melhores pontos da cidade.
Um guia com dicas de biquíni, por Isabella Fiorentino, e uma reportagem com as damas do grafite de São Paulo. Em poucos minutos, claramente, o público feminino ficou em evidência. Mas apresentadora esclareceu: não queria fazer desta edição especial um manual para mulherzinha.
E se tinha ficado alguma dúvida sobre isso, em minutos, ela mostrou que gosta e entende de cultura. “Já que estamos falando tanto e alma feminina, vamos fazer um perfil do Marcello Dantas?” Antes mesmo de uma resposta, Eliana fala do curador e amigo à equipe. Ela o conheceu na Copa da Alemanha, em 2006.
“Ele fez uma exposição lá, belíssima, sobre o Pelé. Ele tem uma enorme sensibilidade”, disse. Dantas também é o responsável pelas montagens ‘Roberto Carlos - 50 Anos de Música’ e ‘Água na Oca’, em cartaz no Ibirapuera.
Pauta aprovada! Eliana não quis misturar as ideias que tem no programa com o jornal, mas foi inevitável não se lembrar de sua atração na discussão de matérias. E foi justamente uma experiência que teve no palco do ‘Eliana’, com o filho de Nando Reis, que rendeu uma sugestão: tal filho, tal pai.
A ideia era mostrar filhos que alimentam o gosto musical dos pais. Na ocasião, Theodoro Reis acompanhou o pai na gravação só para registrar um momento em fotografia: seu encontro com o guitarrista Chimbinha, da banda Calypso.
“Essa coisa de preconceito é uma droga. Pô, olha o Carlinhos Brown, casado com a filha do Chico (Buarque), Helena Buarque. O que será que os filhos deles escutam?”, questionou Eliana. A reportagem foi atrás. E mesmo ocupando o posto de editora convidada, ela não se restringiu a ditar pautas e contar histórias. Ela quis colocar a mão na massa.
“Ah, isso posso fazer”, diz. “Quer contato para falar com o Marcello (Dantas)?”. Contato, produção de pauta... ela quis acompanhar tudo. E para deixar o caderno ainda mais com sua cara, se propôs a fazer duas entrevistas. Uma com Maria Rita.
“Não sei se vai ficar óbvia por ela ser minha cunhada. Mas gosto tanto dela”, disse. Outra, com o cineasta Fernando Meirelles. E na produção de suas reportagens deixou sua marca: pontualidade. Duas semanas antes do fechamento da edição, Eliana entregou o material.
No dia do fechamento, claro, ela teve o mesmo cuidado com a edição. “Meninas, alguém me ajuda aqui?”. Sentada na mesa do editor oficial, Klester Cavalcanti, ela leu, com atenção, todas as matérias desta edição. Deu uma olhadinha, inclusive, nesta, que era uma surpresa para ela.
“Sou super curiosa”. Entre pautas e textos, Eliana até twittou durante o fechamento. Entrosada com a equipe, fingiu ser durona e pediu silêncio. Mas tudo não passou de uma brincadeira. Ufa, ainda bem.
Texto Jornal da Tarde Online
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